28 fevereiro, 2007

Sleepwalking back again

Ontem foi um dia muito ruim. Fim de mês, ainda mais mês que teve carnaval e obrigação de comprar ingresso pra show do Rogério Águas, deixa a pessoa em situação muito difícil. Não tenho mais dinheiro no banco e no bolso sobram apenas R$ 4, o bastante para o ônibus ida/volta do trabalho. Mas o problema mesmo é que não tem mais comida lá em casa. Almocei ontem miojo com restos de milho. De tarde, na hora do lanchinho, fui tomar um leite com Toddy e descobri que não tinha leite. Só me restou comer o Toddy puro. Aquilo não me fez bem.

Passei o resto do dia meio tonto e com uma dor de cabeça nível 7 na escala Richter. Cheguei a acreditar que estava diabético. Tenho uma espécie de hipocondria idealizada. Gosto de achar que tenho as mesmas doenças que acometeram meus ídolos. Diabetes sempre me lembra o Michael Corleone tendo crise enquanto conversava com o Papa no Poderoso Chefão III. De noite, felizmente, fizemos compras eu e Daniela. No mercado, ainda tentei convencê-la, em vão, a comprar uma revista Viagem que dava dicas de passeios baratos pelo Caribe. Um Loosho. Depois disso tudo, jantamos no Plebeu e fomos para casa domir.

Enquanto dormia, lembrei do couvert que comemos em Aruba, nas nossas férias em abril próximo. Era um desses restaurantes que você fica numa cadeira dentro d'água. Assim que você senta na mesa vem um garçon que já deixa o couvert. Gratuito, claro. Ficam na mesa uma cestinha de pães quentinhos e variados e pizzas brancas, que lá eles chamam de 'Mont Blanc'. Vem ainda uma casquinha de siri para cada pessoa na mesa e um suco da escolha do freguês. O mais impressionante é que eles entregam o suco que você quer sem te perguntar antes. Fiquei surpreso deles terem acerola e fruta-do-conde em uma ilha da América Central. O melhor é que os garçons entregam os pratos enquanto dão saltos triplamente qualificados, que nem os da Dayane.

Depois desse couvert de primeiro mundo a única opção era ressucitar o blog, que ficou tanto tempo mal cuidado e sozinho. Além da culpa de deixar de lado este belo projeto - que descobri ser de inspiração oulipiana - também havia o risco de ser atacado por algum rinoceronte furioso ressentido pela falta de leitura fútil. Está assumido o compromisso, pois, de novas atualizações. E prometo que no post pós-show o título não vai ser "Águas de Março".