22 maio, 2006

You´re no Good

O fato do nosso blog tratar de um assunto muito específico pode nos levar a cometer injustiças de vez em quando. Paciência.

No domingo à noite passamos na casa de um casal de amigos para tomar um chope. Íamos ao Bar Getúlio, ali no Catete, mas estava fechado. Acabamos no Boteco da Praia, que tem como grande atração o mesmo cozinheiro do Cervantes.

Olhando o cardápio de maneira descompromissada encontramos lá a opção de couvert, escondido no pé da 5ª ou 6ª página. Custava inacreditáveis R$ 3 e o garçon, meio sem jeito explicou pra gente que vinha só com pão, manteiga e azeitonas. Pedimos mesmo assim. Porra, três reais! Traz também três chopes e uma coca-light, por favor.

Pois é, um pouco depois chegou o couvert, muito mais generoso que o anunciado. Além dos pães, manteiga e azeitona, o garçon nos explicou que colocou salame e queijo, 'para dar um gosto'. Agradecemos, ficamos muito felizes e comemos. Em poucos lugares trata-se fregueses tão bem assim. Pena que a história não foi tão simples...

Bom, quanto à comida em si, os pães eram razoáveis, nada demais, assim como as azeitonas. Queijo e salame também estavam na média, agora, a manteiga... era margarina. E aí aconteceu a primeira grande decepção. Margarina serve, no máximo, pra fritar ovo e, na minha opinião, nem pra isso. O gosto é pior, faz ainda mais mal pra saúde, tem uma aparência ruim e um nome feio. Nada justifica colocar margarina num couvert, ainda mais se no cardápio (ou o garçom, não lembro) diz que é manteiga.

Bom, comemos o couvert sem muita emoção. Como o lugar tem a relação supracitada com o Cervantes, pedi aquele sanduíche de lombinho com queijo (sem abacaxi), que agradou bastante.

O problema maior veio junto com a conta. Não estava lá o valor de 'R$ 3', tinha um outro de R$ 12,80 que não sabíamos o que era e imaginamos o que fosse. Pois é, cobraram o salame e o queijo que colocaram no couvert, sem avisar.

Chamamos o garçom e explicamos a situação, reclamamos que ele deveria ter avisado que a cortesia do queijo e do salame seria cobrada. Ele pediu desculpas, disse que nós tínhamos razão, mas não tomou a iniciativa de descontar o extra... e nem ofereceu uma saideira!

Onde: Praia do Flamengo, 122.

15 maio, 2006

Pane e vino

Domingo, dia das mães. Orgia alimentar no almoço, vontade só de beliscar à noitinha. No caminho entre Oswaldo Cruz e a Barra da Tijuca, lá está o Castelo do Vinho. Três andares que reúnem uma mega adega, restaurante e salão de festas. E já que o friozinho ajuda, por que não a pedida couvert + vinho?

O ambiente é bem agradável e o clima, aconchegante. Mas, talvez por conta do almoço em homenagem às mães, promovido pelo local, os garçons ainda iniciavam seus trabalhos, o que tornou o serviço um tanto demorado.

Junto com a caneca de um razoável “vinho da casa” e com o suco de laranja coado (bebida oficial do meu companheiro de blog), eis que chega o couvert.

Azeitonas pretas grandes, poucas fatias de blanquet de peru, boa porção de manteiga e uma gostosa pasta de alho, com o condimento na medida certa. Só. Além de uma mini-cesta com três tipos de pães, quentinhos e bem gostosos.

(Dica: a primeira cesta de pães veio com apenas cinco unidades, que acabaram antes do garçom virar as costas. Mas a segunda não foi cobrada, e chegou com o dobro de pães. Peça sem acanhamento.)

Diante da grandiosidade do lugar, é uma pequenez de couvert. Ficou o gosto de quero mais. Deixamos R$ 7,00 para abrir nosso apetite, em vez de saciá-lo. Mas o conjunto da obra não faz feio, de jeito nenhum. E vale, à saída, circular pela Adega Ramos – dizem que sempre há o que garimpar por um bom preço. (D.O.)

Onde: R. Samuel das Neves, 351, Pechincha – Jacarepaguá, RJ.

02 maio, 2006

Orange Juice Blues (Blues for Breakfast)

Esse fim de semana foi atribulado. Casamento no sábado, Vasco x fluminense no domingo. Entre os dois, sem comida em casa, resolvemos almoçar em algum restaurante ali por perto do Maraca. Pensamos em ir a uma churrascaria rodízio, mas desistimos - duas por causa do preço e uma por causa da fila, as três na Tijuca, quem acertar quais são ganha cinco pacotes de figurinhas da Copa.

A essa altura já tínhamos desistido de almoçar, resolvemos tomar só um café da manhã e fomos parar no Garota da Tijuca, ou algo que o valha. É ali na Praça Varnhagen, do lado do Buxixo.

Pedimos o couvert do lugar, que custa apenas R$ 7. Trata-se de um clássico, sem invencionices e sem nenhuma ausência muito sentida. Vem com cesta de pães, manteigas, queijo, salaminho, picles, pasta de atum, ovos de codorna e azeitonas pretas.

Os pães eram muito bons; bem pequenos, mas quentinhos e crocantes por fora. A quantidade deixa a desejar, pois o pão acaba antes da manteiga e do queijo. O restaurante, no entanto, não cobra por cestas extras.

Os frios estavam bastante gostosos, mas podiam ser cortados com mais cuidado. As fatias de salaminho eram muito grossas e as de queijo, grossas também, sequer eram fatias. Eram uns pedaços toscamente separados, aparentemente à mão. Fica feio no prato e faz o freguês imaginar várias coisas desagradáveis. A manteiga é bastante bem servida: quatro potinhos.

As azeitonas vêm em grande quantidade e são deliciosas. Já os ovos de codorna não estavam tão bons. Deu a impressão de que ficaram tempo demais cozinhando, a consistência estava meio... pastosa, mas isso pode ter sido um caso isolado, dada a qualidade do resto da comida.

A pasta de atum, coisa que eu não como, foi muito elogiada por Daniela e, ainda segundo ela, o picles também estava gostoso. Para acompanhar toda essa beleza, um copo de suco de laranja, coado e com gelo, que é o que eu bebo agora. Uma beleza.

Um couvert honesto e saboroso por um preço pra lá de amigável. Recomendo. (E.R.)

Onde: Praça Varnhagen, 5, Tijuca, RJ.